VOZES
VOZES
Não quero
olhar imagens oscilantes em meu espelho,
Mas elas existem, elas me olham
Olham-me com ironia e desdém...
Perguntam-me sem piedade
Quem eu penso que sou...
Digo-lhes que me conheço
Não espero resposta e adormeço
Fugindo do que não quero ouvir!
E no sonho que provoco
Nada sinto e nada toco
Porque de consciência
também vivem os meus sonhos.
Acordo,
com a certeza de que não adianta dormir
Com a certeza
De que mesmo não querendo
tenho que ouvir
todas as vozes que bradam em mim!