POEMA DA DESPEDIDA (por uma brisa cafeína)

Chegará, e não será tão tarde,

o dia da minha partida

Não carregarei troféus nem encomiendas,

delas, sempre que pude, mantive

a sabia distância

Só me apeguei, feito carrapato,

aos meus familiares, aos meus amigos,

aos meus livros e discos,

sempre fui ao cinema e vibrei

quando o mocinho perdia

Chorei com filmes de amor,

e gargalhei, deseducadamente gargalhei;

não medi decibéis, apenas gargalhei

com as comédias;

também vi filmes que me transformaram;

vi Outubro, Encouraçado, Queimada, Bay Bay Brasil e tantos outros

que se existe mesmo uma lista com o que fizemos aqui na terra,

certamente a minha de filmes, será maior

Quando meu dia chegar

não espero nada de excepcional,

quero apenas a preguiça,

a tão buscada preguiça

Talvez me canse dela, e cansarei,

Mas como não estarei aqui

deixo um recadinho, e que mantenham segredo:

Quando depois da minha partida, sentires

uma leve brisa nos cabelos

e também um convidativo cheiro de café,

não se assustem: sou eu fazendo uma visita; senti saudade