O que será,que será?
Á Chico Buarque de Holanda O que será? O que será?
Que eu não posso ver,o que eu não posso sentir
Porque a vida passa obscura,calma e taciturna
O que será? O que será
Que a alma pede e consome
É uma dor sem parente,sem derente,sem nome
É uma valsa sem samba,um remédio sem bula
Um inferno sem bússola,um consumir sem juízo
O que será? O que será?
Que povoa meus pensamentos juvenis
Que rouba minhas noites,que corroe meu matiz
É uma nuvem negra,é uma chuva branda
É um domingo sem volta,um erro de aprendiz
O que será? O Que será?
Que ouço sem motivo,que vivo e desvivo
Que deito e não acordo, que lembro e não recordo
Que choro e não enxugo as lágrimas, no rosto mudo
O que será? O que será?
Que me faz acordar? Que me faz lembrar que não existo
Que me ouve a voz,que me compra a alma
Que me inquieta a calma,és algo talvez