CÁLICE

Pai!

Retira-me desta batalha,

afasta de mim esse cálice de cicuta,

não quero mais essa disputa.

Chega!

Cansei de ser a isca,

sou Antonio não posso ser João,

ninguém vai pisar no meu coração,

dizem: “quem não arrisca não petisca”,

eu não quero petiscar!

Queria e quero só amar!

Não quero essa guerra,

não é meu chão, não é minha terra;

Se esse amor é assim

então afasta de mim

esse cálice entornado nas bocas

dos sorrisos proscritos,

Alguém .... Ninguém ... Também...

A hora chegou!

A espera acabou!

Sirvam-se!

Continuo meus escritos,

Brindo com a taça do meu versejar,

minha poesia ninguém irá calar.

Hoje eu quero paz...

Quero voltar a ter a alegria do ontem,

ali na esquina do mundo,

tem alguém que queira me amar.

ANDRADE JORGE

09/10/06