Mar Revolto
Grita no peito a saudade
Rasga sem pena a alma
Devorando o equilíbrio
Afasta de vez a calma
Arrastam-se as correntes
No agonizante presente
Sonhos caiados de cinza
Trituram a esperança
Fragmentos de ilusão
Vestidos de felicidade
Vorazes atacam vidas
Angustiantes feridas
Embarcação à deriva
Nas águas da desilusão
Solitária busca o porto
Triste oceano revolto
(Ana Stoppa)