O gato

Carolus Linnaeus que o diga;

o misteriosíssimo ser,

que neste esfíngico felino

habita.

antiquíssima é a luz do teu olhar,

notada pelos egípicios, admirada, a

beleza,um dia cultuada,

repousa em teu dna.

todas aquelas dinastias de outrora,

arrepiam-te o pelo,

tu amigo, guardião dessa aurora,

amanheces o dia sozinho.

dormindo entre cabos e fios,

em ti excede a indiferença que me falta,

a escassez sombria do nilo;

e a mão do dono que não afaga;

e assim se repete teu mitotico ciclo,

as sete vidas refletem o teu anseio,

na vizinhança dando um passeio,

pensando em como seria Cleópatra.

Contínua será tua espera,

e irás assim, desprezando e sendo desprezado,

teus olhos, perpendiculares, como esferas,

hão de permanecer horrorizados.

Luiz Felipe Dellosso
Enviado por Luiz Felipe Dellosso em 04/08/2012
Reeditado em 05/07/2014
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