O gato
Carolus Linnaeus que o diga;
o misteriosíssimo ser,
que neste esfíngico felino
habita.
antiquíssima é a luz do teu olhar,
notada pelos egípicios, admirada, a
beleza,um dia cultuada,
repousa em teu dna.
todas aquelas dinastias de outrora,
arrepiam-te o pelo,
tu amigo, guardião dessa aurora,
amanheces o dia sozinho.
dormindo entre cabos e fios,
em ti excede a indiferença que me falta,
a escassez sombria do nilo;
e a mão do dono que não afaga;
e assim se repete teu mitotico ciclo,
as sete vidas refletem o teu anseio,
na vizinhança dando um passeio,
pensando em como seria Cleópatra.
Contínua será tua espera,
e irás assim, desprezando e sendo desprezado,
teus olhos, perpendiculares, como esferas,
hão de permanecer horrorizados.