A Janela

Olho por entre as frestas

Da imensa janela que não mais sustenta

A brisa agradável que transpassa

Tampouco o canto vil dos sabiás

E que numa pequena fresta se formou.

E dos velhos rostos e sorrisos desbotados

Dos antigos olhares apaixonados

Que por ora se formaram

Não há o que se sustenta, o que fica.

Das marcas que o tempo a torna

Tão antiga, tão singular, tão medíocre

E das cores que se desbotam

Dos sonhos e desejos infinitos

Que numa pequena fresta se formou.

E essas grades que se estremecem

E esses vidros já tão quebrados

Remetem ao passado

A mera imagem do que restou.

E eu vejo rastros, eu vejo passos

Da janela que ficou

Inerente, impotente, imersa

À nostálgica imagem

Que numa pequena fresta se formou.

Ah! Janela, minha janela

Da vida, da eterna beleza que há

Do anseio por liberdade

Por prazer em sonhar, em viver, desejar

Seus verdes, seus cantos e cores

Seus “amores-desamores”

Que por ora vem, por ora vão

E marcam o tempo, o retrato que há

Nessa pequena fresta que se formou.

(29/09/2010)

Por Jéssica França
Enviado por Por Jéssica França em 03/08/2012
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