O SONHADOR DE ABSURDOS



Que se detenham os versos que surgem
tentadores, para pôr a minha pena
no caminho de nova e quimérica nuvem,
com se fossem soluços dos pés na pedra
pontiaguda
da ilusão,
de onde a angústia sempre medra.


Ainda busco refúgio num
deserto cheio dos territórios das impossibilidades,
mas já não me habito em nenhum,

pois descobri que tinham ouvidos surdos
as minhas antigas noites de esperanças
em que dormi, impune sonhador de absurdos.







 

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 02/08/2012
Reeditado em 22/05/2022
Código do texto: T3810697
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