O BOLO
Soube-se fofo,
ácido,
ázimo,
sem doce.
Mas desceu a goela.
E ela?
O que a espera
(mais...)
em banco de ipê,
duro,
sem encosto,
brilhando ceguento
em verniz de mofo,
roxo,
salivando horrores
em choros
babentos?
Aos cantos da boca
(semi-aberta)
ponta da língua mordia
em ângulo meio agudo,
meio sisudo
(ou nada disso)
e aos joelhos
(sangrentos)
jurava a criatura:
"Saúde!"
(àquele que não veio)
Na próxima noite,
nada de choro
estourando o miolo
no forno.
Antes,
depois
e durante,
brindemos.
Garçon,
por favor,
Champagne !
Soube-se fofo,
ácido,
ázimo,
sem doce.
Mas desceu a goela.
E ela?
O que a espera
(mais...)
em banco de ipê,
duro,
sem encosto,
brilhando ceguento
em verniz de mofo,
roxo,
salivando horrores
em choros
babentos?
Aos cantos da boca
(semi-aberta)
ponta da língua mordia
em ângulo meio agudo,
meio sisudo
(ou nada disso)
e aos joelhos
(sangrentos)
jurava a criatura:
"Saúde!"
(àquele que não veio)
Na próxima noite,
nada de choro
estourando o miolo
no forno.
Antes,
depois
e durante,
brindemos.
Garçon,
por favor,
Champagne !