Perdidamente Perdidos
Te olho nos olhos
Que fogem.
Acompanho-os
Nas veredas dos lençóis
Banhados pelos suores
Desses corpos podres
De demônios insaciáveis
Por pecados
Que temos
Que somos
Que nos compõem
Do cu
À garganta.
Te amo e te repudio
Como repudio o amor
Que neguei a quem deveria
Ter oferecido numa bandeja;
Amor-cabeça-de-João-Batista.
É inegável que confundimos
Carne com o imaterial
E que desfeita a névoa das núpcias
Neste leito alugado perpetradas
Restou-nos nossa realidade afetada.
E quando o embaçamento dos espelhos
Cessar com o vento gélido que penetra
Através dos orifícios dessa janela velha
Estaremos nós refletidos
Perdidamente
Perdidos
Em nós.
02/08/2012 - 17h45m
Dinosaur Jr. - Water