TÃO E SOMENTE...

Tão e somente

Cai uma folha, uma brisa a embala

Suavemente

Tem-se um sonho, a vida o destroça

Friamente

Vai-se o sol, a lua se lamenta

Tristemente

Vêm as estrelas, a noite se engalana

Garbosamente

Nasce um broto, a flor se prenuncia

Lentamente

O desejo explode, amantes se enlaçam

Intimamente

A palavra existe, o poeta a acaricia

Ternamente

Salta uma lágrima, os lábios a sorvem

Languidamente

Fecha-se a mão, já vazia de versos

De repente

O tempo pára, o poema se finda

Doída-mente...

* * * * *

Agradeço bela interação de IGNEZ DE FREITAS:

De repente a alma chora,

Vai-se embora a inspiração

O que vou fazer agora,

Com meu triste coração...

* * * *

DILCE TOLEDO, com a poesia em punho, comparece:

O poeta finda a poesia...

A inspiração adormece...

Mas como um tocar de magia

A alma do poeta refloresce

Renasce com a alegria

O talento não perece

* * * *

LENAPENA chega com belos versos nas mãos:

No jardim, um broto novo desponta

A vida se renova

Nas mãos do poeta, a palavra aponta

Em sua alma rompe a aurora

* * * *

TÂNIA MARA surge com sua enluarada presença:

VELHO AMOR

Segredou-me muma estrela que

Cansada de tanto vagar

Revelou-me que o sol amou a lua

As estrelas são todas irmâs suas

A lua nova toda enamorada

Amou o sol perdidamene

Dedicando-se a ele somente...

Desse amor geraram milhares de estrelas

O amor tudo pode

Tudo alcança

Mas...

O amor aos poucos definhou

Em detrerminadas fases

A lua surgiu estonteante

O sol foge, se esconde no horizonte

Minguante de amor

Vaga pelo infinito

Sem nunca esquecer

Do seu amor bonito

Incerta sobre o futuro

Buscando na noite

E a lua cheia ressurge

O velho amor a reconquista

Ela se curva altruísta

O sol a desperta em rubras chamas

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