Morte

O pó que seiva o poema,

Ex-vida, atrevida em viver,

E porque percorrer os anos

Se não por temer a morte?

O forte pano preto do luto,

Fruto do tempo descabido,

Insano pecado, bruto legado,

Da saudade, desenho da libido.

Tempo em que se perde tento,

Tempo em que se pede tempo,

Vento que não venta a vida,

Vento que salienta a ida.

O nó que amarra o poema

Na esquecida rede do esquecer

Palavras de quem ainda respira,

Sentido último de quem suspira.

Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 02/08/2012
Código do texto: T3809688
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