Sempre foi ao teu gosto
Para mim, nada; posto
De ti sempre tive negado
Por veres em tudo só pecado
Mesmo singelo pedido
Uma única oportunidade
De a ti chegar, tímido
Olhar em teus olhos minha verdade
Nitidamente neles enxergar
Meus sentimentos, a ti me entregar
Corpo, espírito, alma, amor
Tudo que antes calei, sufoquei, chorei; e a dor
De seres impossível a mim
E eu a ti, também, sim;
Mesmo um mínimo afeto
Que me faria sentir menos incompleto
Por saber , de nós não depender
E assim por ser obra do acaso, dois
Marionetes de erros, desencontros, pois
Artimanhas do tempo, espaço, a proceder.