Em revista!

Abriu a bolsa, dinamitando palavras a esmo,

Chave de caserna perdida, catraca sem números,

Uivou um disparate caindo feito pipa cortada,

Enredou-se nas próprias teias traçadas,

Ferroada que leva quem leva ferrão,

Mal distinguiu o chão quando a cara caiu,

Separa a escaramuça, atirando aos ventos,

Sobrou um beijo no rosto, soco no estomago,

Penou procurando outra vez, a vez perdida,

Sala de saída, aponta o dedo no olho avulso,

Até as gárgulas ficaram vermelhas, roxas,

Estufou o peito & chorou copiosamente,

Mal viu a ponta da pedra que pisava,

Sangrou o coração, a alma, a lágrima,

Pão com melado caindo sempre no barro,

Sentiu o amargo sentando em seu colo,

Outra folha caindo no rio das solidões,

Frisou o olho do gigante, acendeu o cigarro,

Tudo ainda doía pela manhã acordada,

A luz que engendra o que está por vir,

Uma dúzia de dias trocando apenas pontas,

Papel que se junta para vender sucata,

Números compostos para um blues suave,

Todas as portas que a cara se debate,

Quer do amanhã horas de sossego,

Toda a correria será apenas diversão

O estomago ainda dói numa lembrança em fuga,

O traço mais livre com horas de riso,

Uma banca, livros, a revista animada para se olhar!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 14/02/2007
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