«Pygmalião e Galatea» by François Boucher, 1767 *
ENCONTRO-TE
Não te vejo. Em tudo te sinto.
Encontro-te em cada lembrança
Que me sorri em sonhos de criança.
Sonho-te sempre…
E em cada sonho te beijo
Nas sílabas de amor que os teus lábios
sussurram em silêncio.
Não te vejo. Em tudo te chamo.
Encontro-te em cada carícia
Que meu coração escreve para ti.
E contigo rodopio,
Por entre a eternidade das palavras,
E no silêncio das letras
Componho melodias.
Não te vejo. Em tudo te procuro.
Encontro-te em cada palavra
Com que me beijas
Quando pousas os teus lábios
Nos acordes etéreos do meu ser.
Ana Flor do Lácio
* Boucher escolheu o momento em que a escultura de mármore Galatéia nasce para a vida, tocada pelo sopro do Amor e começa a se mexer. É quando Pigmalião exclama :
«- Que prodígio? Qual é o Deus? Que inteligência mandou esse sonho para enganar os meus sentidos? Protetores dos mortais, deuses grandes, deuses benfazejos?»
(Ovídio, Metamorfoses)
O poeta romano Ovídio, em sua obra «Metamorfoses», relata-nos uma das histórias de amor mais inverosímeis e estranhas da antiguidade clássica, o mito de Pigmalião, que consiste na idealização da pessoa amada.
Pigmalião, exímio escultor cipriota, esculpiu uma estátua de mulher, em marfim, de incomparável beleza. Apaixonou-se perdidamente por sua obra, que passa a chamar de Galatéia. Iludido com a materialização de tamanha perfeição – «era como se estivesse viva e somente o recato impedisse de mover-se» – ele a abraça, beijava e mimava com inúmeros presentes tais como joias, flores e elegantes vestes. Implorou a Afrodite (Vênus), a deusa do amor, que lhe permitisse encontrar uma mulher tão perfeita e bela como a estátua de marfim.
Um belo dia, Pigmaleão observou que ela se movia e descia do seu pedestal de mármore, aproximando-se do seu criador com a mesma forma de um ser vivo. Sem sair do seu assombro, viu-se em braços daquela mulher que era uma réplica fiel da estátua que ele tinha esculpido. Pigmaleão e Galatéia casaram, viveram felizes e tiveram uma linda filha chamada Pafo.
«- Que prodígio? Qual é o Deus? Que inteligência mandou esse sonho para enganar os meus sentidos? Protetores dos mortais, deuses grandes, deuses benfazejos?»
(Ovídio, Metamorfoses)
O poeta romano Ovídio, em sua obra «Metamorfoses», relata-nos uma das histórias de amor mais inverosímeis e estranhas da antiguidade clássica, o mito de Pigmalião, que consiste na idealização da pessoa amada.
Pigmalião, exímio escultor cipriota, esculpiu uma estátua de mulher, em marfim, de incomparável beleza. Apaixonou-se perdidamente por sua obra, que passa a chamar de Galatéia. Iludido com a materialização de tamanha perfeição – «era como se estivesse viva e somente o recato impedisse de mover-se» – ele a abraça, beijava e mimava com inúmeros presentes tais como joias, flores e elegantes vestes. Implorou a Afrodite (Vênus), a deusa do amor, que lhe permitisse encontrar uma mulher tão perfeita e bela como a estátua de marfim.
Um belo dia, Pigmaleão observou que ela se movia e descia do seu pedestal de mármore, aproximando-se do seu criador com a mesma forma de um ser vivo. Sem sair do seu assombro, viu-se em braços daquela mulher que era uma réplica fiel da estátua que ele tinha esculpido. Pigmaleão e Galatéia casaram, viveram felizes e tiveram uma linda filha chamada Pafo.
(Em Psicologia, designa-se por «Efeito Pigmalião», a grande influência que as expectativas exercem sobre o desempenho das pessoas.)