Samba-Poesia dos transtornos desejáveis
Não fale mal da poesia meu amor
Pois ela ainda nem terminou
Tome este vinho, escute eu falar
No velho limbo foi onde você ficou
Não quero mais, não quero voltar
Meus falsos deuses, mandei matar
Subi na ávore para observar
Os belos seios da deusa de vênus
Fabricando seus doces venenos
Não tenho tempo pra ficar aqui
Há outra porta, uma escada para subir
Vou afogar-me, ouvir o trovão
Vou ficar quieto, escrever mais um refrão
Não fale mal da poesia meu amor
Pois ela ainda nem terminou
Tome este vinho, escute eu falar
No velho limbo foi onde você ficou
Olhe os guerreiros de oxossi a bailar
Festa da guerra que já perderam
Olhos furados para não enxergar
Que a noite é fria e eles já morreram
Sinto na boca um amargo sabor
Sinto no corpo um estranho calor
Preciso em breve, logo regressar
Partir, partir, voltar voltar.