DESPERTAR

É no silêncio da noite fria que minh’alma cala

Num silêncio de morte, eterno, gelada.

Condenada a uma prisão no chão do meu corpo

Inebriada na solidão das paredes que a prendem

E a condenam ao abismo de uma cova profunda.

Na noite fria de intensa chuva torrencial

Um silêncio observa os trovões indômitos das tempestades tantas

Que se arrastam por anos de explosões incontroláveis

Que sucumbem minh’alma ao exílio de sua liberdade.

Gritos ecoam ao fim da tarde

Grilhões se esforçam num movimento hercúleo antes do ocaso

E da vindoura nova noite fria de tempestades que se aproxima

Numa aflição de Ícaro em pleno voo

Fatal.

É no silêncio dessa noite que minh’alma contempla as estrelas obscuras

Entenebrecidas pelo breu da noite.

E lamenta ser casulo

Esquecendo-se de que a vida brota para além das imensidões do escurecer

Num voo infindo de liberdade e frescor

Que ultrapassa os raios, as montanhas,

As florestas densas para ganhar a paz viver

Ao longo do mar calmo e das suas águas verdes

E infinitas.

LUCAS FERREIRA MG
Enviado por LUCAS FERREIRA MG em 31/07/2012
Código do texto: T3807230
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