Poeta Observado
Diante os tantos olhos que na sombra dos amores devoram almasPerde-se a fibra voraz da coragem em caminhar nas noites sem luar...
Noites inspiradas por pretérito pensamento...
Onde o homem era sábio insensato...
Dando o melhor exemplo em seu falso contentamento...
E mesmo fosse o homem morto...
Tudo era colorido por vida... Mesmo que fosse saudade...
Diante tantos olhos era admirado
Por ser lobo ferido consumindo-se em falsa santidade...
O que muda neste hoje bem-aventurado
É que o poeta escarna da liberdade
E ri do direito roubado de delirar em sua poesia
Respira e mostra-se contento abnegado
Finge não perceber todos os olhos
Finge ser por todos manipulado
Vive ainda o poeta das sombras em um mundo de lampejo
Dando a alma a quem quiser compra-la
A custo de um beijo...
O mundo ainda parece igual...
E o poeta da dor ainda é o mesmo...
Nada mudou na miragem que reflete o espelho...
E o que não é mais a mesma coisa?
O poeta não se mostra mais cruel
Oferece o que fará feliz o Alheio...