VELHAS CANTIGAS
O mesmo coração que me remete à poesia
desconsola-me em esperas na fantasia
de um mundo irreal,
do mundo no qual
vou me afastando dia a dia
do encontro com a doce Maria.
Não aprendi a amar, ou amo torto
e, em meu peito, não há o conforto
dos insensatos,
nem os inexatos
rumos que poderiam acabar num porto.
O que fica é sempre o sonho morto.
O anjo secreto dos tempos de menino,
parceiro fiel de qualquer desatino,
jaz sem vida,
asa partida.
No silêncio da tarde, imutável destino,
gasto as horas, mais aprendo do que ensino.
Definho, pois, esperanças antigas,
resgato-me em carícias amigas,
presentes, como o são
as falhas do não,
todas permitidas antes que digas
algo sobre minhas velhas cantigas.
O mesmo coração que me remete à poesia
desconsola-me em esperas na fantasia
de um mundo irreal,
do mundo no qual
vou me afastando dia a dia
do encontro com a doce Maria.
Não aprendi a amar, ou amo torto
e, em meu peito, não há o conforto
dos insensatos,
nem os inexatos
rumos que poderiam acabar num porto.
O que fica é sempre o sonho morto.
O anjo secreto dos tempos de menino,
parceiro fiel de qualquer desatino,
jaz sem vida,
asa partida.
No silêncio da tarde, imutável destino,
gasto as horas, mais aprendo do que ensino.
Definho, pois, esperanças antigas,
resgato-me em carícias amigas,
presentes, como o são
as falhas do não,
todas permitidas antes que digas
algo sobre minhas velhas cantigas.