Idiossincrasias
Falo do amor ou sobre dor...
Conto mentiras
travestidas em verdades.
Digo verdades,
disfarçadas nas mentiras.
Ando por belas ruas ou cantos escuros...
Piso os escombros, as pedras.
Caminho ereta.
Dos pés contristados, desatenta.
Olho a beleza, tristezas também...
Vejo os horrores, pavores.
Enxergo além, renego a visão,
fingindo miragem.
Se falo, o que conto, é o que digo?
Se ando, o que piso é o caminho?
Se olho, o que vejo, é o que enxergo?
Se sou eu, porquê de mim me desfaço?
Se não me quero, porquê a mim me abraço?
O bem é óbvio, o mal nem tanto,
e por conta dos desencantos,
eu, errante,
vou vivendo devagar.