O vento
O vento soprou mais uma vez, só para me lembrar de que não estava mais só aqui.
O seu olhar penetrou bem fundo em meus olhos perfurando meu corpo com uma intensa serenidade que me deixava nauseada em meio a tanta doçura.
Como é possível ser tão forte e tão meigo? E assim percebia que já exercia um poder sobre mim e por mais que eu quisesse não escaparia. E eu não queria escapar...
O meu maior desejo era mergulhar e mergulhar e me afundar nesse intenso e hipnótico olhar.
O vento sussurrou bem leve ao meu ouvido, mas no vazio daquela noite, outro nome ouvi... E o meu mundo parou.
Já estava acostumada com aquele nome que não fora dito e quando ele não veio... A surpresa
Quando um nome novo foi dito... Senti ternura. E medo.
Ternura sim, porque de alguma forma me soou tão familiar, como se fosse assim em um mundo antigo, onde trevas eram vencidas pela luz e passado era fundido ao presente.
Medo, sim, eu senti medo. E senti-lo porque me lancei rumo ao desconhecido, mas não temi... Pois não me arrependeria.
O vento parou
O mundo parou
Meu mundo parou
Eu parei
Não conseguia me mover tendo diante dos meus olhos a beleza incandescente que radiava do seu sorriso...
Sorriso que parecia esconder algo, meio sem jeito, mas que deixava revelar o que eu mais desejava saber.
E hoje eu sei, e será nosso segredo eterno... Tendo como testemunha, apenas o vento.