E T NA ORLA FUMINENSE

Perguntaste porque

Dei-te o nome de E T.

Ora, menina!

Tens rosto de parafina

(faces sob máscara escondida),

inconvincentemente

bem alargado

porque não bem focado,

ou seja,

olha e veja:

propositalmente

da lente

demasiadamente

aproximado.

Como se não bastasse,

a cabeça camuflada

por véu e maquiagem pesada.

Assim, com simples olhos olhada

e não te dares por revelada,

Lanço mão do costume corrente

Nomeando-te somente

E tão só de E T.

Como pretenso versejador,

Sou da imaginação um cultor,

Sendo lícito a mim me perguntar:

Essa misteriosa figura

Seria uma escultura

Que um barqueiro a velejar

Em noite de brando mar,

Viu de águas brotar,

E para exclusivo regalo

Houve por bem transportar,

Tirando-a dali do mar,

Da orla de São Gonçalo?

Ora, rosto de parafina,

Se bem pouco de ti se vê,

Como chamar suposta Valentina

Que não seja de E T?

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 28/07/2012
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