E T NA ORLA FUMINENSE
Perguntaste porque
Dei-te o nome de E T.
Ora, menina!
Tens rosto de parafina
(faces sob máscara escondida),
inconvincentemente
bem alargado
porque não bem focado,
ou seja,
olha e veja:
propositalmente
da lente
demasiadamente
aproximado.
Como se não bastasse,
a cabeça camuflada
por véu e maquiagem pesada.
Assim, com simples olhos olhada
e não te dares por revelada,
Lanço mão do costume corrente
Nomeando-te somente
E tão só de E T.
Como pretenso versejador,
Sou da imaginação um cultor,
Sendo lícito a mim me perguntar:
Essa misteriosa figura
Seria uma escultura
Que um barqueiro a velejar
Em noite de brando mar,
Viu de águas brotar,
E para exclusivo regalo
Houve por bem transportar,
Tirando-a dali do mar,
Da orla de São Gonçalo?
Ora, rosto de parafina,
Se bem pouco de ti se vê,
Como chamar suposta Valentina
Que não seja de E T?