Letargica(mente)
...doem os pulsos,
gritam os dedos,
sob as névoas da saudade...
bramam silentes
na vil tentativa
de não espargirem dor...
o amor clama por seu dono,
a solidão pelo abandono,
então morro um pouco mais...
aqui jaz um rio sem foz,
uma boca sedenta,
cheia de desejos,
de palavras, mas sem voz...
então calo-me...
ante tudo que dizia,
o tanto que desejei,
ante os sonhos que te sonhei,
e em cada espaço que ficou
nessa minha alma vazia,
nas réstias que deixou
sobre meu corpo,
que hoje, desaba poesia...
desaba poesia...
Denise Matos