Vinícius de Moraes (inspirado em Hora íntima)

Cravada no peito

A lâmina enferrujada

Eu roubarei flores

Me instalarei no campo santo

Eu não me farei covarde

E “empalidecerei o mármore”

E soluçarei todos os soluços

Cortarei os pulsos

Comerei os vermes com a cal

E cantarei canções de amor e de amigo

Eu terei que ser “arrancada”

Ficaremos os dois tontos

Conversando horas a fio

Sobre o seu “túmulo de poeta”

E pedirei à lua

Que nos dissolva em luares

Sobre o mar

Ou se você preferir

Passearemos nas alamedas

Bafejados pelos ventos