cantiga de mato e matuto

ele tem à pele, o pó

aos pés, a pedra

aos olhos, o sol

e às mãos, apenas a palma

tem a calma do rio

e o espinho da rosa

gravado

cravado

em pétala

num dedo mínimo de prosa

mas tem tanta poesia no gesto

no ébrio resto de mim

que ele recolhe do chão

e implora às Treze Almas

uma dose de sossego

um trago de redenção

de onde me vem esta alma?

o que tanto sabe

pra deixar gravado em granito

um poema concreto que nunca se faz?

o que tanto sabe de verde e poesia

pra dar métrica a um meio de mato

onde jades azuis florescem

princesas se encantam

e lagos adormecem em paz

Capiau da roça
Enviado por Capiau da roça em 28/07/2012
Reeditado em 28/07/2012
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