MENINA E T (Vale...)

Naquela esquina

Uma menina

Com rosto de parafina,

Ela postada

Em uma calçada,

Eu na do oposto lado.

Sinal luminoso fechado,

Atentos ao instante esperado

De a rua cruzar,

Permutamos olhar.

O dela, travado

(e de azul tonalizado).

O meu, lá muito bem focado

Inteiramente

Na menina

Do rosto de parafina.

Quem é a menina?

Qual o nome?

Meu olhar já de fome

De(flagrada) pelo visual daquela menina,

Fez-se em total desatento

No preciso momento

De o sinal ter liberado

O transitar de pedestres

De um para outro lado.

Porém...

(Ah! a indesejada conjunção

que certas histórias têm)

Era densa multidão

Que a rua deu-se a cruzar.

Para esbarrões evitar

Forçoso ali se fez

Por mais de uma vez

Em outros focos mirar

Meu famulento olhar.

_Não! Onde está a menina?

Debalde - (vamos em arcaísmos sofisticar?) - procurar.

Só me sobrando perguntar:

Quem era afinal a menina

De anil no olhar

E rosto de parafina?

-Gê?,

- Tê?,

-Ta?

Ah! Baaaaaaa!

O nome daquela menina

Seria...VALENTINA?

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 27/07/2012
Reeditado em 28/07/2012
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