MENINA E T (Vale...)
Naquela esquina
Uma menina
Com rosto de parafina,
Ela postada
Em uma calçada,
Eu na do oposto lado.
Sinal luminoso fechado,
Atentos ao instante esperado
De a rua cruzar,
Permutamos olhar.
O dela, travado
(e de azul tonalizado).
O meu, lá muito bem focado
Inteiramente
Na menina
Do rosto de parafina.
Quem é a menina?
Qual o nome?
Meu olhar já de fome
De(flagrada) pelo visual daquela menina,
Fez-se em total desatento
No preciso momento
De o sinal ter liberado
O transitar de pedestres
De um para outro lado.
Porém...
(Ah! a indesejada conjunção
que certas histórias têm)
Era densa multidão
Que a rua deu-se a cruzar.
Para esbarrões evitar
Forçoso ali se fez
Por mais de uma vez
Em outros focos mirar
Meu famulento olhar.
_Não! Onde está a menina?
Debalde - (vamos em arcaísmos sofisticar?) - procurar.
Só me sobrando perguntar:
Quem era afinal a menina
De anil no olhar
E rosto de parafina?
-Gê?,
- Tê?,
-Ta?
Ah! Baaaaaaa!
O nome daquela menina
Seria...VALENTINA?