Os precipícios do consciencioso
Não, por favor, não me dê flores
Pensarei haver chegado a hora
Mande-me o sol
Não quero coisinhas mimosas
Pequenas rosas
Cor de rosas
Não quero bons dias e nem beijinhos de folia
Não quero caixas, pacotes
Não quero brindes fugazes
Pois todos são de todo incapazes
Quero o silêncio das colinas
Os meus pensamentos perdidos
Quero fechar os ouvidos
E nunca mais tocar a pele
Nem enveredar pelos poros
Pelos precipícios do consciencioso
Prefiro que a cortina fina da fumaça de um cigarro
Turve ainda mais meus olhos
E neles coloque a certeza
Das incertezas