Casa de comadres
É uma sala de comadres,
um diz-que-diz e a verdade,
ninguém sabe onde ficou...
Chora zé, grita matias
xinga joca, e a farinha
foi maria quem jogou...
Deus do Céu!
Que coisa louca.
- Chama o padre!
- Prá quê? Agora é tarde, o caldo já entornou...
Ele se foi porta afora,
levou o saco e a viola...
Ela ficou e o seu mundo,
pouco a pouco desabou.
Hoje vive da saudade
da viola e da vontade
de cantar, que João levou.
Já nem sabe a quanto tempo
que não ouve a voz do vento,
e nem quando, o papagaio se calou.
Mede o mundo na tristeza
e nas lágrimas que chorou.