Poeta em Código
E olha o homem o seu reflexo nos olhos do alheioImpossível ver-se... Linda imagem furtada
Alterada pelas fadas do tempo...
E olha então o homem a rica metade do que já foi inteiro...
Não é dor, não é saudade...
No entanto onde vive a paz e o que foi feito da felicidade?
Olha então o homem a luz de seus olhos
Não sua alma, mas as almas dos tantos amigos
Que mesmo na boa intenção são carcereiros
Se cala a voz do coração
Mesmo que seja belo é feito de mentira
Maléfica aos companheiros é sua liberdade
Declina-se a vil ditadura da ilusão
Impedido de oferecer uma fibra de verdade...
Ria-se de sua própria desdita...
Aprendeu o homem as benesses do amor...
E pela esperança dos outros se entrega por inteiro
E assim mostra a sua real face
Que mesmo amando é moldada em paixão e intensidade...
Quão bela é a renuncia do ser
E nem de longe o que faz é leviano
Talvez, renega-se em nome do amor
ou quem sabe por doentia fidelidade...
Mas ainda sim se sente vazio...
Pois quando em silêncio procura sua imagem, não a encontra
Vasculha então as mentiras
Chora pelos amigos e clama:
-Senhor, destas crianças, tenha piedade...
Não Julguem o homem que oculta a verdade
Talvez se desembarcassem do navio
E sentissem abaixo dos pés o chão
Saberiam que o homem não foi belicoso
Esconde sua alma por força da obrigação
Por respeito do que se mata a desilusão...