ASSEPSIA
muitos pontos de luz
em sua face linda
alguns pontos de desamor
na minha cara.
não sei exatamente ‘o que preciso,
nada do que parece ser
é.
e se por acaso descobrisse
não saberia a quem contar.
posso cortar
minhas impressões,
manter preso o que sinto
no fundo do ser.
mas o que seria então?
só eu,
na minha imperfeição
na mania de perseguir
uma felicidade constante,
das estrelas,
longe da prisão de ventre.
longe daquilo
que o corpo sente
do calor, dos cheiros, dos toques,
do que vem a reboque
de viver nesse mundo...
do que se passa por meus olhos
em cada segundo.
do que posso, e não posso
do que me sinto bem
do que me sinto, além,
uma chaga boa que em festa
infesta alguém,
que se deixa então contaminar
que não precisa, então,
tomar ar, subir à superfície
olhar em volta e ver,
olhar por dez mil segundos...
– Ficar –.
e deixar uma assepsia triste.