O letreiro

Nos limites de uma estreita rua Goianiense

Há um letreiro razoavelmente grande

deveras iluminado mas com algumas lâmpadas apagadas

estampando a logo de uma companhia de aviação, já falida

O passado do pobre letreiro é motivo de grande orgulho

se envaidece ao rever suas memórias

das pessoas trajadas de efêmeras expectativas

visualizando os labirintos da próxima viagem

Recorda-se vivamente de dois jovens em um Ford Mondeo

parados no acostamento, recostados no carro a fitar sua imagem a média distância

Quem os vissem chegariam a pensar

"Qual filme estão a assistir? Que história os fincam no asfalto enquanto uiva a noite?"

Apenas planos, planos sós

e ele sabia d'aqueles olhos;

As lágrimas declinadas perante suas frágeis placas ainda intactas

não seriam as últimas, as causas somente

E assim como ele, soluto em sua imortalidade de ferro fundido

se adequariam a uma outra verdade idêntica a anterior

David Ribeiro
Enviado por David Ribeiro em 25/07/2012
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