CEDO


Subo os degraus do dia
Um a um, bem devagar,
Atravesso a noite fria
Tentando não acordar...

Pois o mundo onde me encontro
Neste onírico viver
É bem mais que o desencanto
Que me espera, ao amanhecer...

Chego ao topo e abro os braços,
Recebendo a palidez
De um sol que é só mormaço
E brilha, mais uma vez!

A paisagem me espera,
Viver não é opção...
Precipito-me do alto
De minha contradição!

E desço, bem devagar
Os degraus de mais um dia
No final, a escuridão
Que me envolve, que me guia...

Chega a noite, vejo a lua
Branca, altiva, que me olha
Lá do alto dos meus sonhos;
Fecho os olhos, alma nua...

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 25/07/2012
Reeditado em 16/06/2020
Código do texto: T3796338
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