Eu e meu bonde
Um riso.
Um riso e meio é o que me custa
para ajeitar essa bagunça.
Então, tenho que forçar,
dobrar a esquina do mar
sem molhar a fuça.
Respiro o ar poluído.
O labirinto perdido da cidade grande.
Quero chegar aonde?
Não tem trilho para meu bonde.
Tem um mapa?
Então, me mande.
Corrupção acelerada.
Vontade danada dessa gente
de passar o outro para trás.
E eu perdido de novo
pergunto para alguém do povo:
Como e que se faz?
E na calada ninguém responde.
Tô eu de novo num bonde,
num beco sem saída.
E tanta gente sofrendo
e eu não ando sabendo
o que faço da minha vida.