abertura

Saio, e largo no

Canto da parede

Ou no baú de coisas

Velhas, o medo.

O silencioso e tenebroso

Medo de viver. De ser..

O medo de Deus, da sua brabeza,

Da sua falta de gentileza

E do seu poder gratuito..

Quebro o elo que me agarra

Ao tempo já curto, já morto

Já estragado, vencido como

Um promissória, largado

Como os currais dementes

Os escarros plurais e o esgoto

Dos sentidos....

Abro e saio pela porta

E largo o baú feito

De couro e de ferro fundido!