CATIVOS

Não será tão bela, em que pese viva, formosa rosa

Presa ao galho à multidão não te mostras

Só te admiram e te elogiam pelas prosas

Nos salões sem fim que enfeitas, porém morta

Se preso fico, vivo também sou formosa rosa

Nos galhos da masmorra em desconforto

Mas preso e vivo me admiram. liras raivosas!

E me abandonarão sem pena quando morto

Ah rosa! Se presos estamos, vivos somos

Solitários, tu no galho eu na masmorra

Se mortos formos, tu terás beleza, eu abandono

Melhor será que eu viva e tu morras

Assim seremos admirados

Tu, livre, com tua beleza morta

Eu, preso, com minhas liras tortas