A MORTE DA TARTARUGA
Banha o sol
Aquela praia deserta, pedregosa
Tostando na grande parte arenosa
Uma pobre tartaruga
Vagarosa
Caminha na areia quente
Sob o sol forte, potente
Tentando alcançar a água
O destino
Parece querer ajudá-la, talvez
Fazendo o sol lhe dar uma vez
Que se esconde nas nuvens
Sombra
Aparece ali num momento
Amenizando tal sofrimento
De uma tartaruga indefesa
Volta o sol
E seu casco volta a queimar
A sede parece enfim rachar
A goela daquela vagarosa
A água
Bem distante ainda está
Talvez não conseguirá
Resistir à morte
Forças
Essas armas onde estão
Para sair do maldito chão
Uma tartaruga já frágil?
Parada
Ficou na areia à lamentar
Na quentura à esperar
O destino que a aguarda
Morreu
Naquela praia pedregosa
De brisa quente, silenciosa
Sobre a areia quente.