A MORTE DA TARTARUGA

Banha o sol

Aquela praia deserta, pedregosa

Tostando na grande parte arenosa

Uma pobre tartaruga

Vagarosa

Caminha na areia quente

Sob o sol forte, potente

Tentando alcançar a água

O destino

Parece querer ajudá-la, talvez

Fazendo o sol lhe dar uma vez

Que se esconde nas nuvens

Sombra

Aparece ali num momento

Amenizando tal sofrimento

De uma tartaruga indefesa

Volta o sol

E seu casco volta a queimar

A sede parece enfim rachar

A goela daquela vagarosa

A água

Bem distante ainda está

Talvez não conseguirá

Resistir à morte

Forças

Essas armas onde estão

Para sair do maldito chão

Uma tartaruga já frágil?

Parada

Ficou na areia à lamentar

Na quentura à esperar

O destino que a aguarda

Morreu

Naquela praia pedregosa

De brisa quente, silenciosa

Sobre a areia quente.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 24/07/2012
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