A COR POÉTICA
As palavras (a poesia, a literatura) são meus caminhos,
Por elas subo e desço em meus desatinos.
Da pedra tiro o eco para as vidas,
Faço do mar minhas ondas ondas (des)pe(r)didas.
Do rio tiro o canto dos peixes para meu deleite.
E das flores tiro o perfume que satisfaz o real enfeite.
Das palavras (in)úteis da poesia, da literatura
Construo minha vida em (des)ventura.
Torço a pedra do coração mais duro,
e venço a tempestade das palavras perfiladas desde o nascituro.
Abro o coração em arco-íris.
E, por invenções literárias revelo a cor poética secreta na íris.
Não sou poeta da realidade,
Faço dela meu mundo de ficcionalidade.
Se da realidade eu vivesse,
Sem poesia eu não teria alguém que me socorresse.
O mundo (desde o antigo ao atual) só faz sentido para o ser porque tudo é percebido pela cor poética.
ARN-TO., 23/07/2012
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