Tudo errado de novo
Mesmices
Eu tenho visto as mesmas metáforas coloridas
Nas poesias que leio, nas frases que deixo
Quando eu perco o eixo
E preciso abaixar o queixo
Nas borboletas cheias de vidas- transformadas
No céu o nascente, o pó da estrada
é tudo nada, nada, nada!
Os nosso dejetos e desejos são os mesmos
O beijo molhado, a pele nua, a minha, a sua.
É tudo exatamente igual
A mesma exímia mentira
As mesmas falsas verdades
É tudo nada, nada, nada!
Mudamos o jeito, a palavra,
e o sentido ...
Deixa de ter sentido
E o que é raso e comedido
Torna-se então inusitado.
E a vida passa como se as palavras
fossem apenas artifícios
e os títulos edifícios que nos tiram
toda a naturalidade
vivemos na concretude do nada
Do não dever nada, nada aceitar
não dizer nada é conveniente
E insolente é aquele que fala a palavra errada.
Vamos parafrasear os filósofos
uivar – Sejamos lobos e degustemos
nossas ovelhas distraídas
de ideologias tacanhas
Ser bem sucedidos desde nossos entranhas
Para fazermos o novo desde os primórdios
Usamos o ódio, a ira, a maledicência
Sejamos os melhores neste terror imposto
De fazer o novo usando apenas a lógica.
E que o amor seja nada, nada, nada!
Cristhina Rangel.