Um Verso Esquecido
Um verso sem algum nome,
Disforme, sem disciplina,
Esquisito, estranho esquálido,
Muito faminto, tão pálido,
A vagar pelas esquinas!
Um verso sem sobrenome,
Sem ter porto nem guarida,
Sem ter nem eira nem beira,
De rastos, só, pela vida.
Um verso lasso, ambulante,
Já tão maltrapilho, errante,
Ridículo, sem preâmbulo,
apelidado versículo.
Um verso triste e esquecido,
Que quase louco da ideia;
Num dia de muita sorte,
Associou-se a uma estrofe,
Encontrou, enfim, seu norte,
E fez vibrar a plateia.
Nota: Para ouvir este poema recitado clique no link abaixo:
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