VERSOS SOLTOS (1)

Desejo escrever poesia com a alma, com intuição.
Apreender os versos que defluem das multidões,

A tomar o homem, e seus costumes, como exemplo.
Contemplando seu arcabouço, suas vivências!
Desejo mesmo que ela seja visceral,
contundente.
Que esparja os redemoinhos da mutação e das aparências.
E consagre aplausos às criaturas, pelas vitórias,
Impostas a si mesmo, e aos seus cotidianos!
Quero pintar esses versos com as aquarelas,

Da razão, da persuasão e da elação humana.

Ensejo que as reflexões apontem as portas das cavernas,

A invectivar tudo o que não se coaduna,
Com a beleza que jorra das criaturas.
Quero que meus versos indiquem caminhos,
Desestabilizem as trincheiras os estratagemas,
Abrindo as portas de um mundo novo, modificado,
Aos homens renovando-os, apresentando as saídas...
Não é pretensão, declinada na busca das vitrines.
É uma vontade estonteante, de saber que o brilho,
Que vejo nos olhos das criaturas humanas,
Vale mais do que os holofotes do capitalismo.

 Albérico Silva.