ESSA SAUDADE QUE ONTEM FOI AMOR
Essa saudade que ontem foi amor
Dorme comigo, avivando o perfume
Que deixaste perdido, escondido no calor
Da vigília da noite entre brigas e ciúme.
Ainda me lembro dos ecos por aí gritando
Em noite silenciosa por detrás da janela,
Oferecendo ajuda aos pombos brigando
Por tudo e por nada, por ele e por ela.
Essa saudade que ontem foi amor
Desmanchou, tornou-se gotas amargas
Entornadas na alma, vestindo-a de dor,
Perambulando por estradas frias e largas;
Onde o amor não faz presença nem questão,
Somente a saudade de braços abertos esqueceu
O que sobrou de um mísero e pobre coração
Dando alento a essa alma à tarde que a aquece.
DIONÉA FRAGOSO