Irmão de sorte

Vês e não me olhas

Tu, nobre, poderoso, rico

Eu, pobre...

Meu irmão de sorte.

Se me olhasses,

por um breve instante que fosse,

verias também o quanto somos semelhantes,

meu irmão de sorte.

Eu, vivo, “rico”, forte

Tu, irmão de pobre espírito.

Com desdém, dize-me: não somos iguais

nem semelhantes.

E a vida te denuncia

aquele fatídico dia,

meu irmão de sorte.

O que temos?

O que somos?

A nossa sorte, meu irmão.

Ela nos iguala a todos.

Nem ouro, nem prata,

nem nobreza, nem riqueza

resgata a nossa vida.

Resta-nos apenas o que plantamos, meu irmão.

Só o que plantamos.

Ethel
Enviado por Ethel em 22/07/2012
Código do texto: T3791837
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