LIBELO

LIBELO

Para ser gente quero a liberdade dos poemas de Pessoa.

Livre, sem métrica que doa.

Libertado da fúria incontida dos Estados, desgovernos:

Rebanhos pascidos gerando crias

Soltos das unhas do gozo do poder;

Da ejaculação sombria do metal:

Animal de nova espécie, acima do bem e do mal

Regresso ao manso berço plano do instinto.

Sem ranhura, pura rosa

Animal irrestrito

Vadiando livre

Mirram as civilizadas manoplas

Dos legisladores vazios.

Liberdade: ignorância feliz.