Vicio

Cocaína que lentamente definha-me

e consome o pouco que sou!

Perdido em momentos, lançado no abismo,

abismo colorido para enganar os sentidos.

Alterno entre calores e frios,

arrepios, suores e calafrios.

Torno-me arredio, nego o caminho que se abre.

prendendo-me a conceitos passados, fúteis,

mas alguns ainda validos.

Busco o ponto mais fundo e puro em mim,

mesmo assim sinto-me vazio,

vivendo este amor tardio.

Apago o vicio, surge o vazio,

mas não há vazio!

Tudo ainda esta lá, eu que estou cego

e não percebo.

Luta justa, mas injusta,

maldito demônio branco,

empresta a euforia,

mas cobra com angustia.

Assim alterno, no calor sinto frio,

frio das carcaças abandonadas,

tornam-se fantasmas que atormentam-me

em minha nova estrada, estrada que se abre,

mas há esta imensa trave, chamada passado.

Rafael Razador
Enviado por Rafael Razador em 22/07/2012
Reeditado em 29/07/2012
Código do texto: T3790704
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