Vicio
Cocaína que lentamente definha-me
e consome o pouco que sou!
Perdido em momentos, lançado no abismo,
abismo colorido para enganar os sentidos.
Alterno entre calores e frios,
arrepios, suores e calafrios.
Torno-me arredio, nego o caminho que se abre.
prendendo-me a conceitos passados, fúteis,
mas alguns ainda validos.
Busco o ponto mais fundo e puro em mim,
mesmo assim sinto-me vazio,
vivendo este amor tardio.
Apago o vicio, surge o vazio,
mas não há vazio!
Tudo ainda esta lá, eu que estou cego
e não percebo.
Luta justa, mas injusta,
maldito demônio branco,
empresta a euforia,
mas cobra com angustia.
Assim alterno, no calor sinto frio,
frio das carcaças abandonadas,
tornam-se fantasmas que atormentam-me
em minha nova estrada, estrada que se abre,
mas há esta imensa trave, chamada passado.