Dias estiorado

A casa estiorada!

Da sua parede nua, bem passada

Pelo tempo. NO mel negro

Escorrido assentavam-se moscas

Que se assombravam

Do tiro que saiu da mão

agarrada numa sandália havaiana

Feita para calçar, para assustar,

(E para bater) e ... para matar...

O cheiro de dias vencido

De estômago anulado

E de céu não decifrado

Se refaz na cor do diabo no quintal,

No esconderijo de uma quinta-feira

Quando lá pelas oitos horas

A igreja lotava pra agradecer Nossa Senhora!

E a meninada já com os

Peitinhos furando o mundo

Podia ser puta, ser rapariga

Se jogar ao inferno da fruta

Madurinha e bem molhada!

E a mosca assustada no negro

Desejo de viver que se

Assentava na parede velha,

Como se no alto cumiieira tivesse

Levado uma faca e de lá

Descia seu sangue já coalhado, já

Duro, sem oxigênio, morto!

Olhava para baixo, assustada

Com medo de mais uma

Sandalhada...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 21/07/2012
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