Dias estiorado
A casa estiorada!
Da sua parede nua, bem passada
Pelo tempo. NO mel negro
Escorrido assentavam-se moscas
Que se assombravam
Do tiro que saiu da mão
agarrada numa sandália havaiana
Feita para calçar, para assustar,
(E para bater) e ... para matar...
O cheiro de dias vencido
De estômago anulado
E de céu não decifrado
Se refaz na cor do diabo no quintal,
No esconderijo de uma quinta-feira
Quando lá pelas oitos horas
A igreja lotava pra agradecer Nossa Senhora!
E a meninada já com os
Peitinhos furando o mundo
Podia ser puta, ser rapariga
Se jogar ao inferno da fruta
Madurinha e bem molhada!
E a mosca assustada no negro
Desejo de viver que se
Assentava na parede velha,
Como se no alto cumiieira tivesse
Levado uma faca e de lá
Descia seu sangue já coalhado, já
Duro, sem oxigênio, morto!
Olhava para baixo, assustada
Com medo de mais uma
Sandalhada...