UNS DE FATO UNS DE PREÇO

Equidistantes

lampejos lamparinas

luzes trindas ofuscas iluminas

recateia arvoredo bojo terras quinas.

Sapo bumba boi vê coruja

mata água viva voa pomba rola

dorme som passaredo cobra surda.

Vazia noite tapera mucumbeira fome

chora esfomeado relento asfalto venta

cabra peste bomba tomba some nome.

Espaço traço vasto buscada vil

chão campado gestos gentes fotos fatos

descasos utópicos sumiços firmes pés patris.

Amanhã bem cedo café tá quente

peão gravata pá teclado transita trem

trabalho contas mulher cadê pente.

Amor caboclo branca amarelo preta silvícula fresco

vestes intimidades avulsas falhas paixões incúrias

sentimentais rebuliços uns de fato uns de preço.

Badalos luxos posses pompas zombas

fracos rotos pobres tantos tristes

voltas negras quadradas consciências todas donas.

Altares elevam louvam oram paz fé sentidos seus

finos pensamentos sublimes formas adorações contidas

maneiras todas num nome único divino Deus.

Modo trato vasta tanta

forma quebra ruptura minha

contingência vinda doura paleta movedora

obra inacabadamente incessa variante.

Tão equidistante sujeito tudo contempla

lampejos lamparinas

luzes trindas ofuscas iluminas

recateia arvoredo bojo terras quinas.

Sapo bumba boi…

Eduardo Marçal Silva
Enviado por Eduardo Marçal Silva em 20/07/2012
Código do texto: T3788606
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