Meu coração.
Meu coração possuia uma capa.
Na realidade, possuia muitas capas.
Capas envolvendo, salientando o batimento
transformando e transtornando cada ação do dia,
e não me deixando descansar de noite.
Sabem? Muitas capas.
Uma média de muitas, e poucas não eram.
Capas doentes, sem cura
capas terrenas, sem porvir
capas para condenação.
Meu coração vagou, vagou
em coisas sórdidas e inúteis.
Meu coração brincou de mais em terrenos baldios,
feito uma criança desvairada.
Tilintou, sorriu para a foto
e saiu desarrumado
consequência do despreparo.
Uma surpresa não muito boa, condenatória.
Meu coração é duvidoso, porém com certeza
como explicar?
Meu coração explodiu de alegria.
Ele sorriu no palco assistido,
cantou, dançou, pulou
dramatizou e logo descansou.
Viveu, vive e viverá.
Meu coração não quer mais brincar
ele quer a sério levar.
A vida de um coração maduro.
Tantas capas saíram, mas novas chegaram
chorando e brincando,
mas qual felicidade?
Com tantas já tiradas, como não ficar feliz?
Arraigadas na raiz,
capas que me chamavam pelo nome
estas sabiam.
Mas elas foram rasgadas.
Eram capas de pedra,
gélidas perante o próximo.
Elas estão se derretendo,
por um fogo amoroso.
Estas capas bloqueavam meus olhos,
tanto quanto meu coração.
Ah, através dela aprendi amar
O Senhor a me deu, o Senhor a tirou.
São capas duras que não quero mais de volta,
não, não voltem!
Meu coração está descoberto,
livre e arrebatado pela verdade.
Suspira aliviado meu coração,
e aliviadamente bate.
Foi salvo, ele foi salvo
pelo sangue de outro coração.
Meu coração agora sofre,
ele agora chora.
Meu coração não é mais pedra,
agora ele é carne, viva esta!
O que antes era pedra,
agora foi tirado.
E um coração de carne
pelo meu Senhor foi colocado.
[20/07/12]
Cesare, em tudo capacitado pelo Senhor.