A Voz Misteriosa da Flor Azul

Diga algo flor azul

Pois sua beleza só não me contenta

Eu vejo a sua alma e vejo a minha

E sua alma cala em sua cor de céu

Cante pra mim, singela flor azul

Eu gostaria de ouvir as vozes das pétalas

Eu vejo seu olhar esnobe... Flor azul

Mas a sua beleza é fria e hostil

Não me olhe assim flor azul

E não me aponte esses espinhos

Teu caule imerso e pavoroso... Imóvel

Então pranteie sua solidão tolhida flor

Mas antes que o dia acabe

Peço-te ao menos suas injúrias

Pelo meu amor e descaso

Pois preciso ouvir sua voz

E na noite o frio será ameno

Pois sua voz encantará minha poesia

E no amanhecer terás outra de ti

E tu já falecendo terá o meu poema

Eu admiro sua pequena vida flor azul

De relance tímido e solitário me olhas

E eu cuido-te com ternura

Pois enfeita as manhãs no meu jardim

Cante comigo uma última seresta bela flor azul...