Meus Versos na Ventania
Vem o vento batendo na janela
Frio como um minuano
Trazendo o olor das cerejeiras
Vem de longe carregando um trinar do sabiá
Venta forte e sopra o mundo
Varre os tempos e as areias
Leva o pólen e semeia
Flores, frutos, lua cheia
Vendavais de devaneios
Pensamentos por inteiro
Da metade morde o mundo
No asteroide que não veio
Ventos venham em sibilos
Rasguem céus em tempestades
Erga a saia da menina-moça
Que caminha com suavidade
Vente e gire o meu moinho
Onde a vida gira em torno
Desse brisado em poesia
Entre palavras que eu estorno
Vente e leve meus sussurros
Dons Quixotes, Dons Casmurros
Leve o beijo à face dela
Que me aguarda na capela
Ventem ventos em viravoltas
Ventem com força limpando as revoltas
Ventos e brisas, gritos e resmungos
Varra o mal que não é deste mundo