O Zé Ninguém

Comprou um bode preto

E não encontra quem o queira

Sempre foi péssimo negociante

Leva a vida no barbante

Batendo com a cara na porta

Deve ser praga da Moura Torta.

Montou no cavalo xucro

E despencou da cela

Derrapou no cascalho

E ralou a canela

Rezou pra São Thomé

Mas Serafim era o santo do dia.

Um pobre diabo sem eira nem beira

Segue a procissão dos descamisados

E se perde em fuxicos de comadres

Bate continência para os poderosos

Vive embriagado de incompetência

E continua freguês da maledicência.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 20/07/2012
Reeditado em 23/08/2024
Código do texto: T3788253
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